Quais são as camadas da Terra?

 



Quando olhamos para o planeta da janela de casa, ele parece simples: céu, nuvens e um chão sólido sob nossos pés. Mas a verdade é que a Terra é como uma cebola gigante, formada por camadas diferentes, cada uma com suas próprias características e funções.

1. Crosta – A pele da Terra

A crosta é a camada onde vivemos. É fina se comparada ao resto do planeta – algo como a casca de uma maçã.

  • Composição: rochas e solos

  • Espessura: cerca de 5 km nos oceanos e até 70 km nos continentes

  • Curiosidade: todos os continentes, oceanos, montanhas e desertos fazem parte dessa camada.

2. Manto – O motor interno

Logo abaixo da crosta está o manto, que representa quase 70% do volume da Terra. É formado por rochas sólidas, mas tão quentes que se movem lentamente, como um líquido muito viscoso.

  • Responsável por: movimentar as placas tectônicas

  • Profundidade: vai de 70 km até 2.900 km abaixo da superfície

  • Curiosidade: a lava dos vulcões vem das regiões superiores do manto.

3. Núcleo externo – O oceano de metal líquido

Mais abaixo, encontramos o núcleo externo, uma camada de ferro e níquel em estado líquido, que gira em torno do núcleo interno.

  • Espessura: cerca de 2.200 km

  • Importância: esse movimento do metal líquido gera o campo magnético da Terra, que nos protege da radiação solar.

4. Núcleo interno – O coração sólido do planeta

No centro de tudo está o núcleo interno, uma esfera sólida de ferro e níquel, com temperaturas que podem passar dos 5.000 °C – tão quente quanto a superfície do Sol!

  • Tamanho: raio de aproximadamente 1.200 km

  • Curiosidade: mesmo sendo sólido, ele cresce lentamente à medida que o planeta esfria.


Resumo rápido das camadas da Terra:

  1. Crosta: fina e sólida, onde vivemos.

  2. Manto: rochas quentes e em movimento, motor das placas tectônicas.

  3. Núcleo externo: metal líquido, responsável pelo campo magnético.

  4. Núcleo interno: esfera sólida de ferro e níquel, extremamente quente.

Nosso planeta é muito mais do que parece à primeira vista – uma verdadeira engenharia cósmica funcionando em silêncio sob nossos pés.

fireball

 


   Um meteoro do tipo fireball, de brilho intenso, foi registrado pelo Observatório Heller & Jung, em Taquara (RS), durante a chuva de meteoros Delta Aquáridas do Sul. O fenômeno ocorreu a 99 km de altitude, durou 0,8 segundo e foi captado por 19 câmeras.

A Delta Aquáridas do Sul é causada por detritos do cometa 96P/Machholz, que queimam ao entrar na atmosfera. Embora a chuva registre dezenas de meteoros por noite, fireballs são raros.

O evento ocorre de 12 de julho a 23 de agosto, e o melhor período para observação é da meia-noite ao amanhecer, em locais escuros e com céu limpo, longe da poluição luminosa.

Um Viajante de Outros Mundos: 3I/ATLAS

 




  Imagine uma rocha cósmica viajando há milhares de milhões de anos, rudimentarmente silenciosa, atravessando o vazio interestelar até cruzar nosso Sistema Solar. Este é o 3I/ATLAS — também chamado de C/2025 N1 (ATLAS) — o terceiro objeto interestelar conhecido, ao lado de ‘Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019).

Como foi descoberto?

Detectado em 1º de julho de 2025 por um telescópio do projeto ATLAS no Chile, o 3I/ATLAS já foi encontrado em observações anteriores desde maio/junho

Cadena SER

. Sua trajetória é claramente hiperbólica, provando que não pertence ao Sistema Solar e apenas faz uma passagem rápida, sem retornar

O que o torna tão especial?

É o maior objeto interestelar já visto, com cerca de 11 a 15 km de diâmetro (até 24 km, considerando margem máxima)

Ele viaja a impressionantes 150.000 mph (≈ 210.000 km/h), uma das velocidades mais altas registradas para esses visitantes

Estima-se que seja mais velho que o próprio Sistema Solar, talvez com mais de 7 bilhões de anos, originário do disco espesso da Via Láctea

Cometa ou sonda alienígena?

A maioria dos astrônomos concorda que 3I/ATLAS é um cometa interestelar, formado por gelo, poeira e compostos orgânicos, emitindo uma leve cauda ao se aproximar do Sol

. Observações feitos pela Vera C. Rubin Observatory confirmam atividade cometária moderada e revelam seu brilho difuso e poeirento.

Mas não faltam especulações: o astrofísico Avi Loeb defende que suas características não convencionais (trajetória, velocidade e silêncio gravitacional) poderiam indicar uma sonda tecnológica alienígena. Outros pesquisadores ponderam essa hipótese como puramente especulativa e não aprovada por pares

Quando e como observá-lo?

O periélio — ponto mais próximo do Sol — ocorrerá em 29 de outubro de 2025, a cerca de 1,36 AU (aproximadamente 206 milhões de km) do Sol

Passará por perto de Marte em 3 de outubro, e depois próximo à Terra em 19 de dezembro, a cerca de 1,8 AU de distância

Embora não possa ser visto a olho nu, telescópios amadores com abertura suficiente poderão registrar o cometa ainda em dezembro de 2025

Um Convite à Reflexão Cósmica

Este visitante interestelar nos oferece um vislumbre de material cósmico ancestral — um fragmento remoto de outro sistema estelar, talvez tão antigo quanto o próprio universo. Mesmo que seja apenas um cometa natural, sua simples existência reforça a riqueza da válvula cósmica global: por todo o espaço flutuam viajantes inesperados, aguardando o instante de cruzar nosso caminho. Se for, por alguma razão, uma inteligência além da aula, muito ainda há para aprender — e a ciência, afinal, se alimenta do improvável.